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Amigos Virtuais e a Desvirtualização
Desvirtualizar amigos é conhecer pessoalmente as amizades feitas nas redes sociais.
Combatida por muitos, sob a argumentação de que com isto, estamos substituindo o contato pessoal pelo virtual, esta é mais uma realidade do mundo moderno.
Eu sou defensora destas relações. Amizade é amizade. Assim como quando você conhece alguém pessoalmente, se identifica ou não, no mundo virtual acontece o mesmo.
Se você escreve (leia-se fala) mentiras, fantasia a seu modo o mundo virtual, o problema é seu e certamente este comportamento não se dá só com as amizades virtuais.
A mentira sempre esconde uma verdade que não pode ser dita.
Mosaico feito com as fotos tiradas do perfil de algumas pessoas que sigo no twitter.
As palavras que de alguma forma, saem através das teclas, por certo não substituem o abraço, mas podem resolver alguns problemas.
Quando criança, durante muitos anos, troquei cartas com minha prima Rosalie, até conhecê-la pessoalmente. Eu morava em Tijucas (SC) e ela em Recife (PE). Se fosse nos tempos atuais, diríamos que desvirtualizamos nossa amizade, que ainda existe, mas é mais virtual do que nunca, com ela morando atualmente nos EUA e eu no Brasil.
Mosaico feito com as fotos tiradas do perfil de algumas pessoas que sigo no twitter
Ainda em outros tempos, quando trabalhávamos usando o telex, os cumprimentos de "Oi fulano, tudo bem?", era o que marcava o início da transmissão das mensagens. O uso era praticamente comercial, mas já promovia uma interação entre os que operavam o telex. Se conheciam pelas trocas de mensagens.
E as telefonistas?
Entre telefonistas, de tanto se falarem diariamente, reconheciam a voz uma da outra, a ponto de não precisarem dizer seus nomes para identificarem-se. Antes de "passar a ligação", sempre rolava um papinho, uma reclamação sobre o patrão, comentário sobre o dia chuvoso ou quente demais, uma dor de cabeça e coisa e tal.
A interação, por esses meios de comunicação, não era tão assídua quanto é hoje a das redes sociais. Mas deve ter promovido alguns vínculos de amizade, encontros e por que não, namoros.
O certo é que já era o prenúncio de uma espécie de mundo virtual e neste rápido contato, tínhamos a sensação de conhecer aquela pessoa e já arriscávamos dizer que fulana é chata e está sempre de mau humor, ou o contrário, ela parece legal, é simpática e assim por diante.
Nesta semana, depois de quase três anos de amizade virtual no Twitter, com a Graziela Flor, uma brasileira que morava em Londres (hoje em Curitiba), eu a conheci pessoalmente. Ficamos horas conversando, sobre vários assuntos.
Como a interação no Twitter, já ocorria há tempo, a possibilidade de não nós darmos bem conversando pessoalmente era pequena. O que não quer dizer impossível.
Nas redes sociais, também interagimos com pessoas que sentimos no ar, que algo não bateu e tudo acaba por ali mesmo. Da mesma maneira como você conhece alguém numa noite de bar, na casa de um amigo e sente que não deu liga. Estou falando de amizades não de relacionamentos afetivos.
Mosaico feito com as fotos tiradas do perfil de algumas pessoas que sigo no twitter.
Nada substitui a interação pessoal, é verdade. Mas o círculo de amizade que você forma em torno de si na vida pessoal, também é muito pequeno. Daí o ditado de que amigos de verdade contam-se nos dedos.
Essas pessoas todas com quem você conversa, encontra nos corredores do trabalho, no shopping, ou em festas, são pessoas que você conhece, e nem todos são seus amigos.
Na essência você não sabe quem são. Os considera amigos ou menos perigosos do que os virtuais, apenas por conhecê-los físicamente.
A simpatia e a antipatia existe no dois mundos. Pessoas mal educadas, grosseiras, que não respeitam teu espaço ou tua privacidade, também.
Assim como egos exacerbados tanto ou mais do que no convívio pessoal, mas neste caso, bem mais fácil de desvencilhar-se, basta um click.
Quantas pessoas conheci e com as quais não tenho outro contato senão o virtual, que se não fossem as redes sociais jamais teria conhecido. Pessoas que enriquecem meu conhecimento, muitas delas provavelmente nunca desvirtualizarei, mas que terão para sempre um lugar na minha timeline.
Que sentimento é este?
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