É bem assim que começa.
Devagar, quieto, disfarçado, as escondidas, teclando, curtindo, compartilhando....se interessando.
Assunto de muitas conversas "informais" entre amigos, nunca manifestei-me, aqui no blog, porque sempre atribuem essas argumentações como sendo "coisa de mulher" ou "coisa de quem está procurando sarna para coçar".
Hoje li o texto da psicóloga Mônica Bayeh (link) e encorajei-me.
Trata-se, para algumas pessoas, de um assunto bem pouco confortável de tocar. Pessoalmente então...os danos podem ser incalculáveis.
É bem melhor fugir do assunto.
Ninguém quer assumir o que todos sabem que existe.
O amor virtual: Ele é muito mais platônico do que aqueles idealizados por adolescentes, tão fantasiosos quanto, e, deliciosamente excitantes.
Similar à idéia do "ficar" que satisfaz todas as necessidades físicas e emocionais sem viver o desgaste do corpo a corpo.
Só não é virtual o sentimento.
O sentimento que rola é incompreensívelmente verdadeiro.
Nas relações virtuais, existe a conquista, o amor, a paixão, o friozinho na barriga, a expectativa do sinal on line. Em contrapartida também há a decepção, o ódio, a frustração, o desejo de vingança, o desprezo, o desamor, a saudade.
O sentimento de flagrar a traíção do(a) parceiro(a) numa relação virtual, em seus computadores dentro da própria casa é tão dolorido quanto à pega-lo(a) com outro(a) na cama.
Sensação terrivelmente idêntica.
Em seu texto, Mônica diz que "a prática do namoro virtual torna-se vício". Talvez...uma relação que só sobrevive ao período inicial da conquista e paixão alucinante é a dopamina da qual ninguém quer largar.
Procurar o que dá prazer, emoção ou tesão, mudou de lugar. Saiu dos barzinhos, das baladas, do local de trabalho (sim...e como!) e estabeleceu-se muito mais próximo e acessível a qualquer hora do dia ou da noite.
Está ali, no lap top em cima da mesa ao alcance de qualquer um.
Ameniza a solidão de quem está só e o que é pior aguenta firme essa aí, ameniza a solidão de quem tem alguém ao seu lado sem senti-lo.